Alienação do latim alienare,
torna algo alheio a alguém. Em termos filosóficos, é o processo pelo qual os
atos de uma pessoa são governados por outros.
Alienação refere-se ao afastamento que ocorre na relação
entre um indivíduo e ao que ele está se relacionando. Esta ruptura ocorre
de formas variadas, como, desavenças entre um indivíduo e sua comunidade
social, com ambiente natural, com seu próprio eu, ou até mesmo Deus.
Teólogos cristãos sugeriram três níveis de alienação - alienação
individual de seu próprio eu, a alienação social de um outro, e alienação
ambiental de todas as coisas.
Nossa sociedade está cada vez mais transformada. É quase como
se fosse algum tipo de doença mental se espalhando por toda nossa sociedade.
Estamos vendo a raiva, indignação, maldade e brutalidade ascensão a níveis
muito perigosos. Nossa população se tornou demasiadamente gananciosa, orgulhosa,
egoísta e odiosa.
Quando as pessoas pensam sobre o controle da mente, eles
costumam pensar em termos clássicos da "teoria da conspiração" onde a
pessoa é hipnotizada ou tem um chip implantado no cérebro. Mas isso pode ser
feito de uma forma muito mais simples do que se pensa.
Experimentos revelam que quando uma pessoa assiste à
televisão, a atividade cerebral muda a partir da esquerda para o hemisfério
direito. O hemisfério esquerdo é a região do pensamento lógico. O lado direito
do cérebro, no entanto, processa informações em conjuntos, levando ao emocional, em vez de respostas lógicas.
A mudança da esquerda para a atividade do cérebro direito também provoca a
liberação de endorfinas, assim, é possível tornar-se fisicamente viciado em
assistir televisão.
O emburrecimento da humanidade é representado por uma outra
mudança que ocorre no cérebro quando vemos televisão. Atividade nas regiões
superiores do cérebro (como o neo-córtex) é diminuída, enquanto que a atividade
nas regiões do cérebro mais baixas (como o sistema límbico) aumenta.
O Sistema Límbico regula o sistema
nervoso autônomo, os processos motivacionais essenciais à sobrevivência da
espécie e do indivíduo, como fome, sede, sexo e emoções. Sabe-se também que
alguns componentes do sistema estão ligados diretamente ao mecanismo da memória,
aprendizagem e participam da regulação do sistema endócrino.
Mas a arte de
manipular e emburrecer a população seria um acidente? Ou poderia ser um projeto cuidadosamente
elaborado?
Técnicas de propaganda foram codificadas e aplicadas de forma
científica pelo jornalista Walter Lippman e psicólogo Edward Bernays (sobrinho
de Sigmund Freud) no início do século 20. Durante a Primeira
Guerra Mundial, Lippman e Bernays foram contratados pelo então presidente dos
Estados Unidos, Woodrow Wilson, com a missão de balançar a opinião popular em
favor da guerra, ao lado da Grã-Bretanha. Edward Bernays disse em um de seus livros
que, "A manipulação consciente e
inteligente dos hábitos organizados e opiniões das massas é um elemento
importante na sociedade democrática. Aqueles que manipulam esse mecanismo
oculto da sociedade constituem um governo invisível que é o verdadeiro governante
poder do nosso país".
Com a quantidade adequada de entretenimento e
sensacionalismo, podemos até estar vivendo nossas vidas através da televisão.
Muitos âncoras e atores são bonitos, e pesquisas mostram que as pessoas
atraentes são geralmente percebidas como “digna de confiança”. Enquanto a
notícia real rola rapidamente, na parte inferior da tela, o âncora está
vendendo a ideia principal, no esporte você é influenciado a torcer, por este
ou aquele time, eleger este o aquele como “o craque”. A notícia é passada de forma a criar
artificialmente o seu mundo e realidade. Tudo é criado e divulgado levando em conta os
interesses dos proprietários.
A grande maioria das grades de
programação dos canais, estão cheios de programas com informações inúteis, fofocas - fala-se da vida dos outros o tempo todo, programas jornalísticos apelativos,
que fazem um show com notícias violentas, programas de auditório que precisam,
obrigatoriamente, ter pessoas seminuas, violência, ditadura do corpo perfeito,
muita apelação sexual e é claro, política, mas nessa, a mensagem é sempre subentendida, a emissoras são as grandes “formadoras” de
opinião.
Ver televisão o tempo inteiro é pedir para ficar alienado, ser manipulado e mal informado?
Com certeza a TV não é o 100% ruim, nem tem
o poder de “controlar a mente”, mas é importante separa o joio do trigo, é
importante não passar muitas horas diante da telinha, escolher melhor a
programação, não aceitar simplesmente o que é imposto e na dúvida desligar o
aparelho.
É preciso questionar sempre e sempre, inclusive
questionar os próprios valores e as concepções de “senso comum”. Questionar frases
prontas como, homem não chora, lugar de mulher é na cozinha, quem mora na
favela é ladrão, etc.
Algumas dessas afirmações,
escondem ideias falsas e preconceituosas, e se tornam “verdades”, por serem repetidas
cotidianamente, pela tv e mídias sociais. Forma-se um senso comum, sem
fundamento onde as pessoas, aceitam, repetem e defendem a ideia, mas sem base
para explica-la.
Com um alto grau de alienação deixamos que outros, que
acreditamos ser mais sábios, decidam o nosso destino, o nosso dever ser. E não
nos importamos com isso porque estamos acostumados com “alguém” nos dizendo o
que fazer e como ser, desfragmentados em nossa forma de pensar, de entender e
ver o mundo, continuamos a aguardar a opinião dos experts, para a crise ou para
questão do momento, ou simplesmente, aguardar o próximo programa ou a novela da
oito e assim deixar a vida passar sem a dificuldade de pensar.
Quando nos acomodamos
com as respostas prontas oferecidas pelo senso comum, alimentamos nossa
ignorância e acabamos correndo o risco de sermos facilmente iludidos e de nos
tornar vítimas daqueles que detêm o conhecimento e o utilizam como forma de
submeter o outro. É o que acontece com as ideologias, que têm o poder de nos
fazer aceitar mesmo falsas verdades que vão de encontro (contra) aos nossos
próprios interesses[1].
O despertar da consciência
crítica depende do crescimento harmônico da consciência de si e do outro. É importante
saber dosar as informações, a crendice popular e o conhecimento racional
adquirido com o tempo.
Quando você começa a
pensar por si mesmo, naturalmente irá discordar de alguém. Discordar não é
errado, errado é concordar sem pensar.